Com o avanço da tecnologia nos tênis de corrida, a presença da placa de carbono se tornou comum entre modelos de alto desempenho. Mas será que o formato dessa placa — reta ou curvada — faz diferença para o corredor, principalmente quando a fadiga muscular entra em cena?

Uma pesquisa publicada em fevereiro de 2025, por Xu e colaboradores das Universidades de Ningbo na China e de Pannonia na Hungria (doi: 10.3389/fbioe.2025.1539976), trouxe observações que podem mudar a forma como escolhemos nossos tênis com placa de carbono.

O que o estudo avaliou

Os pesquisadores compararam dois modelos da Asics (Figura 1) com placas de carbono diferentes:

  • Asics Metaspeed Sky Paris (placa reta)

  • Asics Metaspeed Edge Paris (placa curvada)

Figura 1. Imagem do protótipo dos tênis utilizados no experimento. A parte superior mostra a vista externa dos modelos e a inferior exibe a placa de carbono interna. À esquerda, o modelo com placa reta e à direita, o modelo com placa curvada

Doze corredores de elite participaram dos testes, que mediram:

  • Ângulos e momentos articulares (quadril, joelho, tornozelo e antepé)

  • Ativação muscular (com sensores de eletromiografia)

  • Desempenho antes e depois de uma corrida até a fadiga muscular

Resultados que chamam atenção

Menos esforço no quadril e joelho

Correndo com placa curvada, os atletas apresentaram menores ângulos de contato e momentos de flexão no quadril e no joelho — tanto antes quanto depois da fadiga.

Alterações na ativação muscular

O músculo tibial anterior, importante para levantar o pé na passada, teve ativação diferente dependendo do tipo de placa e da fadiga. Isso sugere uma redistribuição do esforço muscular ao longo da corrida.

Mesma força de impacto

Mesmo com as mudanças de postura e esforço, não houve diferença significativa no impacto vertical com o solo entre os dois modelos.

O que isso significa para você, corredor?

A curvatura da placa pode funcionar como uma alavanca eficiente, favorecendo o movimento do antepé e exigindo menos das articulações do quadril e do joelho.

Isso pode contribuir para uma corrida mais econômica, especialmente em treinos longos ou provas, quando a fadiga muscular se acumula.

Ao mesmo tempo, o estudo alerta para possíveis riscos se o tênis não for bem escolhido, já que mudanças na ativação muscular e na postura podem causar sobrecargas em quem ainda não está adaptado a esse tipo de tênis.

De olho na escolha do seu próximo tênis

Na prática, essa pesquisa reforça que o design da placa é importante. Se você busca mais eficiência e menor desgaste nas articulações durante a corrida, vale considerar tênis com placa curvada, especialmente se já tem boa experiência com modelos com carbono.

Dica da Lebre: antes de investir, vale testar. Por isso, o Protocolo Lebre pode te ajudar a encontrar o tênis ideal para o seu tipo de corrida, ritmo e objetivo.

Vamos conversar?

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Gustavo Jacob Lourenço

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